Então, assim, ó: fui para ficar cinco dias em Morro de São Paulo, e realmente lá fiquei, só que choveu todos os dias - e mesmo que não tenha sido durante os dias inteiros só consegui ir na praia duas vezes, por menos de duas horas (mesmo quando não estava chovendo, o mar estava agitado e alto, e ficava nublado, e tinha vento, então nem calor estava).
Coqueiros na Terceira Praia, final de um dia
Nesses dias, algumas observações:
- Não há muito a fazer se está chovendo. Você pode andar pela vila, pode andar pelas praias, pode subir o morro e ir até o mirante. Acabou.
- Passeios de barco? Não dá, com vento, friozinho e maré mais alta do que o normal, não tem graça. Diga adeus à sua vontade de conhecer as piscinas naturais e dar a volta à ilha (o mais famoso passeio).
- Recomendo uma pousada com piscina, porque se não der praia, você sempre pode ir pra piscina. Estava meio frio quando eu lá estava, então a piscina também estava fria, não era o melhor lugar, mas pelo menos havia a opção de nadar na água fria torcendo pra sair sol.
- Restaurantes não faltam da vila até a terceira praia, vários abertos até tarde (depois das 23h), então comer é só questão de escolher (e de adaptar o bolso, porque a maioria é cara); indo mais pro fim da passarela, na terceira praia, há uns com preços mais baixos, mas eles fecham mais cedo se não tiver clientes ( e com tempo ruim, não tem);
-Também não faltam atendentes na frente de quase todos os restaurantes e bares, qualquer hora do dia, te abordando, te oferecendo brindes (que automaticamente "esquecem" quando você aceitar entrar) e te perseguindo pela rua pra falar sobre o que eles servem. Isso foi o mais chato da viagem. Talvez esta situação seja agravada pela falta de turistas nos dias ruins, não sei;
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- Também te abordam para vender passeios, em qualquer lugar. Lá ou querem te vender comida, ou passeio, ou festa. Não fomos em nenhum, porque o tempo não permitiu. Tem os de agências e tem os "avulsos", não sei bem como são, mas eu só contrataria de agência se fosse você;
- O lugar é conhecido pelas festas, mas era baixa temporada e com a chuva não fomos em nenhuma, porque realmente parecia que iam estar vazias; fomos na Toca do Morcego um dia logo após o pôr do sol (é bom ir ver o pôr do sol, mas não deu) e havia pouquíssimas pessoas por lá (e, cinco minutos depois, começou a chover) - mas o lugar parece que pode ser sensacional num dia bom;
Realmente fui numa semana ruim. Foi bacana ter conhecido, mas faltou muita coisa boa. Então, esteja ciente: lá chove também e pode não estar calor nem com mar calmo e verde e baixo.
Então, ir de Salvador para Morro de São Paulo é possível de três maneiras: aérea, marítima e semi-terrestre. Morro de São Paulo fica em uma ilha, é uma localidade na ilha de Tinharé (há outras localidades na mesma ilha também). Não é pertinho de Salvador.
Há a opção aérea, que seria minha preferida se não tivesse um preço tão mais alto que as outras. Agora que estou escrevendo, esta opção sai em torno de R$ 430,00 por pessoa, naqueles aviõezinhos pequenos ou helicóptero. É quatro vezes mais que as outras opções. A grande vantagem é: você chega lá em 30 minutos, o que é lindo. Outra vantagem é que, se você se dá bem com transporte aéreo, não tem os problemas de ficar enjoado como é possível nas outras opções. Uma desvantagem: sai, é claro, do aeroporto de Salvador, que não é em Salvador (é em Lauro de Freitas), é bem longe da zona turística, então você levaria em torno de, digamos, uma hora e meia do centro até o aeroporto - sendo que o embarque dos marítimos é exatamente no centro.
Temos a opção semi-terrestre, que pode incluir, inclusive, o traslado desde o Aeroporto, se você vai chegar na Bahia especialmente para ir pra Morro (a empresa Cassi Turismo faz isso, talvez haja outras). Daí esse semi-terrestre te leva de Salvador à Ilha de Itaparica de barco, que é ali na frente; de lá você vai de ônibus até Valença, uma cidade em frente à ilha de Morro. De Valença, novamente um barco até Morro. Demora em torno de três horas e meia isso aí (contando desde o cais de Salvador). Vou falar mais desta opção quando for falar de como saí de Morro, que eu saí desta forma.
Então temos a alternativa de ir de catamarã, que é como eu fui. É a opção mais fácil de logística, pois você só chega no terminal náutico (atrás do Mercado Modelo) e compra a passagem para o seu horário (veja aqui as opções de hora). Em alta temporada deve ter todos os horários, quando eu fui, em agosto, o plano era ir na das 13h mas esta não teve, então fomos na das 14:30h, que era da empresa Biotur. A passagem foi R$ 95,00 por pessoa.
Então, assim, o catamarã deles é bem grande, parece bem organizado (os assentos são um tanto apertados, como é comum em catamarãs, então se tiver cheio deve ser um pouco desagradável), mas a viagem demora quase duas horas e meia e você, que não está acostumado, depende da boa vontade do mar para ir de boas ou ir passando mal.
Infelizmente quando fomos o mar não estava de bom humor, a viagem foi bem ruim pelo menos até o meio do caminho, balançando demais, indo pra cima e pra baixo, é tipo uma pequena montanha russa, vai dando frios na barriga, um atrás do outro, você acaba ficando enjoado. E se você quiser andar pelo catamarã tem que ficar se agarrando nas coisas e pessoas, senão você cai no chão.
Aqui fiz um vídeo mostrando um pouquinho do Catamarã na viagem de ida:
Mas, claro, se o mar tiver calmo não deve ter toda essa problemática, deve ser mais tranquilo. Ou não, não sei.
Chegamos lá e os taxistas de carrinho de mão entraram no catamarã abordando todo mundo. É assim lá, logo de abordam pra qualquer coisa. E na parte central da ilha não há automóveis, então todo o transporte é feito por carrinhos de mão, que são os táxis. Então, você pega um dos taxistas (ou ele te pega), diz pra onde você vai e ele faz a logística de colocar suas malas junto com alguém que vá para o mesmo local ou perto. Nossa logística não deu muito certo.
Os taxistas estão no pier quando o catamarã chega (na foto são poucos, a maioria estava já dentro do catamarã pegando malas)
Primeiro, para entrar na ilha você tem que pagar uma taxa de preservação ambiental. Logo que sai do pier, o pessoal responsável te indica a fila em que você tem que entrar para pagar a taxa (só paga na entrada, independentemente de quantos dias vá ficar). Quando lá estivemos era 15 reais por pessoa (menos de 5 anos e maiores de 60 são isentos).
Guichê para pagar a taxa
Daí você paga a taxa e sai acompanhando o seu taxista. Acontece que o nosso colocou nossa mala no carrinho com as de outras pessoas e esqueceu que estava com a nossa. Foi andando até uma rua da Segunda Praia, onde ia deixar as malas com alguém que vinha buscar de carro os outros turistas (que estavam na Quarta Praia, que é longe) e só entao se deu por conta que estava com nossas malas, e que já podia ter nos largado no caminho, daí chamou outro taxista e deu nossas malas pra ele e ele voltou com nós alguns bons metros até nossa pousada. O transporte do pier até o meio da segunda praia custou 20 reais (combine antes o valor, para não ter problemas depois).
Nosso taxista
Uma problemática aqui também é a velocidade dos taxistas. Ele vão bem rápido, acostumados que estão com o local e com as subidas e descidas, e você tem que ir correndo (literalmente) atrás. Ou seja, não é o melhor serviço turístico que há, principalmente para quem não está acostumado e especialmente para quem não fala português e está aterrorizado com alguém de carrinho de mão "fugindo" com suas malas.
Mas não creio que haja grandes problemas com o serviço de táxi, além deste de ser pouco amigável e muito confuso e rápido. De qualquer forma, é uma boa maneira de chegar onde você quer sem se preocupar em encontrar sua pousada em algum mapa (o que pode ser bem complicado, dependendo de qual for).
- Estava tudo limpo e bem cuidado, não tinha cheiro de mijo no Pelourinho nem lixo pela rua, como sempre ouvi falar. Pode ser porque fui em agosto (carnaval deve ser bem diferente) e também porque estávamos em época de campanha eleitoral;
- Senti falta de pimenta. Não comi nada apimentado por lá. Inclusive, fui no acarajé da Dinha, um dos mais famosos, lá no Rio Vermelho, e pedi com pimenta, daí me deram ela em um potinho em separado. Achei muito pra turista ver;
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- Aliás, quando pedir acarajé e perguntarem se quer no papel ou no prato, a resposta "no papel" é a melhor, pois é o acarajé inteiro. O acarajé no prato é ele picado, junto com o recheio, pra comer de garfo, não achei muito bom assim, também me pareceu uma versão adaptada pra turista ver, meio sem graça;
- Muitas pessoas te abordando na rua pra vender transporte, pra se oferecer de guias, pra te botar fitinha no braço, pra tirar foto com você vestida de baiana, pra vender colares, pra te oferecer falso Uber. Não foi tão irritante quanto em Morro de São Paulo seria, mas é uma constante que senti também, essencialmente no aeroporto e depois no centro;
- Tudo na cidade é relativamente fácil de chegar, não fica longe, e o táxi (ou Uber) não sai caro. Ainda por cima os ônibus com facilidade te levam aos pontos turísticos principais, só saber onde você quer ir;
- As praias da Barra ficam bem cheias, em fim de semana ou não, é só ter clima bom e tá lotada. A melhor é Porto da Barra, mas parece que em fim de semana é meio impossível de se ter um bom tempo lá, porque é muito repleta de gente (e ela é pequena, com pouca faixa de terra);
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- Estavam uns dias nublados quando lá estive, mas quando abria sol é um sol diferente do sul, é um sol que esquenta mais e mais rápido, parece que tem uma lente de aumento na frente (tem a ver com a latitude e curvatura da Terra, você sabe);
- Lá também chove, não acredite no papo "aqui só chove meia hora e abre sol". A época de chuva vai mais ou menos de abril a junho, mas em agosto quando estive lá estava um tanto nublado, um ventinho e depois teve uns dias que choveram seguidamente bem forte, inclusive alguns bairros alagaram. E lembro de ver no noticiário da TV uma repórter com capa de chuva na Barra, dizendo "aqui o normal são ventos de 7 km/h mas hoje estão a 23 km/h";
Pois fui a Salvador não querendo muito ficar em praias, porque ia pra Morro de São Paulo em seguida aproveitar as praias de lá. Mas queria ir na praia do Porto da Barra, que, como li, é considerada uma das melhores praias urbanas do país.
Fomos em uma segunda-feira. A primeira impressão: é pequena e é bonita. A segunda impressão: eita, que tá cheia!
Era tarde de segunda-feira e a praia estava lotada. Ela fica em um nível abaixo da rua, você desce escadas (ou rampa) pra chegar até lá. E já na descida fomos abordados por alugadores de cadeiras. Eles estão por toda parte. Quando você aceita alugar cadeiras você fica na área de determinado grupo e fica sendo clientes deles. Não é ruim, mas, né, você não chega e fica de boa na praia, como nos velhos tempos, você tem que administrar não só os ambulantes (que os há também), como a presença e as abordagens dos "donos" do espaço que em que você está. Mas dizem que isso é bom pra segurança e limpeza da praia, pois eles cuidam do espaço. Deve ser.
Enfim, não é ruim, mas achei um tanto estranho mais porque é numa área pequena e isso se nota mais do que em Ipanema, por exemplo, onde há essas abordagens mas a praia é grande e tudo é mais difuso.
Daí, como estava cheia, a praia acaba sendo também barulhenta. E muito barulho vinha dos alugadores de cadeira e ambulantes, conversando e gritando uns com os outros, e abordando clientes. Abordagem de clientes é um must na Bahia, pelo que percebi. Muita abordagem houve no aeroporto, no centro também, e aqui na praia (teve inclusive massagista de pé chegando e pegando nos pés sem pedir), e depois o suprassumo das abordagens foi em Morro de São Paulo, onde você vai andando e as pessoas vão indo atrás de você, mas isso fica pra outro post.
Gosto de ficar na praia e tentar relaxar, com muito barulho e gritaria isso é mais difícil. Então fui ao mar. Achei o mar ali bem querido. Estava frio, mas era bem calmo, e quase transparente (coloquei meus óculos de natação para tentar enxergar peixinhos, mas não foi possível, embora olhando de cima desse para vê-los às vezes). O mar era calmo, mas vinha sempre uma corrente que te levava em direção à praia e em seguida uma outra que te puxava (discretamente) para o mar.
Isso foi do lado direito da praia. Ficamos ali um pouco, depois fomos para o lado esquerdo (na devolução das cadeiras, tentaram aumentar o preço que haviam combinado inicialmente). Lá do outro lado tinha mais lugar e não alugamos cadeira, ficamos no chão, e, não sei se por isso ou se porque lá aquele lado é mais calmo mesmo, as abordagens foram bem menores. Também não havia tanta gritaria. Então, recomendo: vá para o lado esquerdo da praia, se gosta de algo mais calmo.
Desse lado o mar também era ainda mais tranquilo. Não havia as correntes te levando, era quase como uma piscina. A propósito, é bem calmo o mar ali porque é na entrada da baía, já no contorno da ponta que forma a cidade, isso faz com que seja possível ver o sol se pôr e cair no mar - ao contrário das praias todas que são no litoral, voltadas para leste.
Ali comprei um acarajé, feito na praia mesmo. Porém, com toda a boa vontade que tenho de achar bonito uma baiana fazendo acarajé no Porto da Barra no pôr do sol, tenho que dizer que não tava bom, não. O acarajé era muito magrinho, e o vatapá (que é o recheio) meio pegajoso e sem gosto. Mas, ó, não passei mal.
Fui visitar esta igreja da Ordem Terceira de São Francisco pensando que ela era outra, como falei no post sobre o Pelourinho. Como a fachada dela é a única diferente entre as dezenas de igrejas do centro de Salvador, achei que esta aqui fosse a mais visitada (e na verdade a mais visitada é a igreja do lado, que faz parte do mesmo complexo também, a Igreja de São Francisco, como têm quase o mesmo nome, fica difícil).
Mesmo assim, o passeio valeu muito a pena. Primeiro, realmente a fachada é sensacional, me lembrou a fachada do Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, mas nem sei se é o mesmo estilo. De qualquer forma, após ver e fotografar a fachada única, você pode entrar para visitar (a entrada custa pouco, e compramos de uma moça que escutava músicas tristes num rádio). Aqui uma dica: contratar um guia no largo onde tem a cruz é algo positivo se quiser saber mais sobre o local e as histórias (riquíssimas) que algo tão antigo certamente possui. A visita é toda por você mesmo, é um lugar enorme, cheio de salas, e quase sem nenhuma indicação do que é o quê.
A igreja em si não é muito chamativa - se você procurar o nome dela, vai aparecer um monte de imagens da outra igreja (que é cheia dos ouros em estilo barroco). Esta daqui é mais comportada, tem estilo neo clássico, porque foi reformada.
A visita começa por uma sala com muitas imagens de santos em tamanho natural, com roupas em tecido, algumas muito interessantes. O que mais me marcou foi o ossuário. Nunca havia estado em um ossuário antes. É uma sala toda em mármore branco, com cruzes e uns desenhos de caveira, algo pra se lembrar.
E além disso, andar pela estrutura enorme do prédio, visitar onde era o claustro, andar pelas escadas e corredores, é um grande exercício de imaginação de como era que as pessoas viviam lá, digamos, em 1700.
Esqueci o nome desta sala, mas tem imagens muito interessantes
Li em algum lugar que o Museu da Misericórdia é um dos museus mais visitados de Salvador, depois vi em algum blog algumas informações, gostei e fui lá. O problema é que as informações do blog não eram corretas, então vou eu aqui fazer um post específico falando do museu, com informações acertadas.
Ele é um museu da Santa Casa, fala sobre a história da Santa Casa (o prédio é o prédio onde era muito antigamente o hospital). E por a Santa Casa ser muito antiga na cidade, ela se confunde com a história de Salvador e da Bahia, então é uma visita repleta de coisas interessantes para quem gosta de história. Fica no Centro Histórico, próximo ao Pelourinho, bem fácil chegar.
Ponto importante a saber: a visita é guiada. Os guias do museu acompanham a visita, falando sobre o lugar e contando as histórias. Você não pode ir sozinho, há ouro envolvido, e coisas muito caras para deixarem turistas soltos por lá. Então, mesmo se você for sozinho, haverá, creio, um guia para seguir com você (fomos duas pessoas, e havia uma guia muito eficiente para nos acompanhar - infelizmente, esqueci seu nome).
Tinha lido que o Museu é composto por obras doadas para a Santa Casa, mas isso não é verdade. Como disse, se trata da história da Santa Casa, da cidade e de como funcionava o esquema do hospital, das pessoas ricas que eram os provedores, a roda dos enjeitados, a farmácia, a formação da administração dentre os maiores doadores, como era o orfanato formato pelas crianças deixadas lá, a arquitetura do local. Tudo muito interessante, na verdade, e estar acompanhado de uma guia enriqueceu muito a visita, embora eu não seja de gostar de guias (mas os museus que fui em Salvador tinham falta mesmo de explicações nas coisas, então um guia acaba ajudando a entender).
A gente vai visitando todas as partes do prédio, começando pela igreja (que é de antes de 1700) - e aqui a guia nos deu uma informação fantástica: a diferenciação entre uma igreja de decoração barroca e uma de decoração rococó (a de lá, é rococó, embora quem não saiba possa dizer que é barroca, por causa do ouro, mas há diferenciações bem simples de se perceber).
Vale muito a pena a visita, durou em torno de uma hora (um pouco menos) e saí de lá sabendo bem mais do que quando entrei. Me interessou principalmente as histórias dos doadores, e provedores, e pessoas ricas que queriam comprar um pedaço no céu doando seus bens para o hospital, e coisas a assim. Há retratos deles em várias partes.
De lá também se tem uma vista muito boa, e é ótimo para fotografar o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda.
Pelourinho então, hein, principal ponto no imaginário turístico de Salvador. Estávamos em Ondina, pra chegar lá pegamos um ônibus indicado pelo aplicativo Moove-It. Procurei no aplicativo como ir para o Largo do Pelourinho, ele indicou algumas linhas e fomos assim. Porém, entretanto, todavia, no entanto, ele indicou ônibus que paravam na Cidade Baixa (porque pelo mapa que o aplicativo tem, ali seria mais perto), só que ele não considera as subidas. E as condições do entorno. Foi meio ruim desembarcar onde ele indicava e subir as ladeiras pra Cidade Alta, por umas ruas todas meio destruídas. Além de cansativo pareceu bem perigoso.
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Então, se for fazer isso, uma dica: coloque no aplicativo ou busque ônibus para a Praça da Sé. É do lado do Pelourinho, e é na Cidade Alta já, você não precisa subir nada. O ônibus 1001, por exemplo, vai até lá. Mas se for pela Cidade Baixa, desça na frente do Elevador Lacerda, e suba por ele. Ali é melhor, e realmente o elevador é uma grande ajuda pras suas pernas.
Largo Central. Da Fundação Casa de Jorge Amado é bom de fotografar.
Fomos no Pelourinho no sábado. Muitas cores quando começamos a chegar lá. Pelourinho não é só uma rua, são várias, é um bairro (acho). Ruas com casas coloridas, prédios históricos, muito comércio nas casas coloridas e nos prédios históricos. Muito bonito tudo (uma pena que dizem ser perigoso, acaba sendo meio tenso andar por lá às vezes e fotografar, mas fim de semana parece que tem mais policiamento).
Não tinha preparado roteiro pra ir lá, fui só com a ideia de conhecer o lugar e ir na Fundação Casa de Jorge Amado. Então, chegamos lá direto pra Fundação. É bem no Largo do Pelourinho, no alto.
Antes e chegar lá, vieram duas mulheres nos amarrar fitinhas do Senhor do Bom Fim nos pulsos. Tinham nos falado: Não aceitem fitinhas, pois vão cobrar de vocês. Insistimos em não aceitar, e elas insistiram em colocar mesmo assim. Ok, deixamos, elas não cobravam pelas fitinhas na verdade, mas em seguida ofereceram seus produtos (colares). Você, culpado, e levado pela simpatia das mulheres, fica com vontade de comprar algo. Mas não comprei. Meu namorado comprou. A propósito, foi bom aceitar as fitinhas nesta hora, assim evitou ser abordado por todas as outras pessoas que fariam o mesmo.
Daí fomos na Fundação. Paga-se na porta, entra-se, e visita-se. Realmente achei que seria mais interessante e extenso o passeio. O que mais me chamou a atenção foram os fardões da Academia Brasileira de Letras, do Jorge Amado e da Zélia Gatai, e a máquina de escrever que ele usava (que tem uns "originais" de livros junto, mas na verdade são cópias). Nada muito visual. Tinha um andar fechado, não sei se lá teria algo mais, digamos, impressionante.
Na saída, queria comprar algo na lojinha, algo referente a Tereza Batista, ou algum livro, mas a atendente era tão antipática e pouco prestativa com as perguntas que fiz que não comprei nada.
Eu fazendo pose de turista, porque às vezes é preciso.
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Almoçamos ali na rua do lado (à direita), onde há alguns restaurantes e diversas lojas e ambulantes vendendo lembranças (principalmente quadros e berimbaus). Há restaurantes caros e há uns por quilo bem baratos, comemos em um destes, comida bem boa por um preço convidativo. No final da rua, há um caixa eletrônico 24 horas (que não aceitou meu cartão da Caixa, porque a Caixa tem problemas frequentes com o 24 horas). A propósito, há um Banco do Brasil e uma agência da Caixa nos dois largos logo que se sai desta rua (um é o largo Terreiro de Jesus, onde fica a Catedral, o outro é o largo de São Francisco, onde fica a Igreja de São Francisco, um dos lugares mais visitados da cidade).
Depois dali, fomos no Museu da Misericórdia. É algo que vale a pena (é uma visita guiada, um guia vai junto).
E de lá saímos do bairro. Voltamos no dia seguinte, no entanto. Como no Museu da Misericórdia disseram que o museu mais visitado era lá o de São Francisco (a Igreja e o Convento), e eu não sabia nada sobre ele, no outro dia deu vontade de ir lá ver qualé que era.
Pois acertamos em voltar novamente. Domingo (umas 11 horas) o Pelourinho estava mais alto astral, tinha pessoas do Olodum fazendo um som com turistas estrangeiros no meio da rua (não sei como funciona, mas parecia algo do tipo pagar pra "tocar" com os instrumentos e alguns músicos do Olodum - ótimo para fotos). E na frente da Fundação Casa de Jorge Amado tinham umas pessoas batucando também - isso foi muito bom, o som ecoava bastante pelas ruazinhas estreitas, deu outra cara pro lugar - mas, ó, a Fundação não abre as domingos.
Turistas tentando fazer um som.
Fomos lá visitar as coisas de São Francisco, só que fomos errado. Só soube depois. Na verdade a Igreja e o Convento ficam lá logo atrás da cruz, a Igreja dizem que tem altas decorações barrocas em outro e tal. Nós achamos que a igreja mais importante era a do lado - que também tem a ver com São Francisco (daí é complicado, né): Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Esta tem a fachada muito mais interessante, toda esculpida em alto relevo, é linda. Por isso pensei que era esta, e fomos. (A propósito, então, a cruz antiga famosa em fotos fica ali neste largo).
A igreja "certa" de São Francisco é esta atrás da cruz
Olha, não era este o passeio que pensávamos fazer (embora ainda não soubéssemos), mas valeu muito. Leia aqui sobre ela.
Por falar nisso, vale uma dica: há guias espalhados pelo Pelourinho que
se oferecem para te acompanhar nas visitas e passeios. Não quis
contratar, acho melhor ir sem guias falando, mas creio que teria sido
positivo em vários momentos. Então, se você não se incomoda em fazer
passeios com pessoas estranhas falando com você, contratar um guia é uma
boa opção, até porque quase nada por lá tem explicação, as histórias de
um guia ajudariam a entender melhor o contexto das coisas.
Depois daqui, fomos pro Carmo, que é um bairro ali pra cima do Pelourinho, também bastante colorido e cheio de comércios e restaurantes nas casas históricas (poucos locais abertos no domingo). Lá tem a Igreja da Ordem Terceira do Carmo pra visitação, onde há uma escultura de Jesus que é toda incrustada de rubis. Na verdade você nem percebe os rubis, são bem pequenos, incrustados onde seria o sangue. Mas é um local também bastante interessante (nem tanto) pra visitar, se você curte história, você pode andar pelo prédio, e entrar no que teria sido a senzala do local - mas, como também na Igreja de São Francisco, não há explicações pra quase nada que há lá.
Rua principal do Carmo
Os rubis na escultura.
Na subida para o Carmo, algumas pessoas desceram correndo até a viatura da polícia pra dizer que tinham sido assaltadas.
Estava meio deserto por lá naquela hora mesmo (lembrando que era agosto, perto do meio dia num domingo, baixa temporada turística).
Ficamos hospedados no Bahia Othon Palace, em Ondina. Chegando de ônibus percebemos que ele não é muito convidativo para pedestres: fica em cima de uma elevação, você tem que levar suas malas por uma rampa íngreme, e não tem sinalização dizendo "recepção para lá", você tem que adivinhar onde é (a parte frontal dele, que dá pra avenida, é o centro de eventos, não é ali que entra, é na parte que é virada para o mar).
Tudo correto na recepção; chegamos 13:30 mas o checkin seria só 15h, e não havia quarto já disponível para entrar. Então deixamos a mala com a recepção e fomos almoçar no restaurante do hotel. Estavam servindo a sugestão da casa (talvez tivesse um cardápio com mais opções, não sei), que ficou a 65 reais por pessoa (uma salada simples de batata com atum na entrada, um prato principal legal, e uma sobremesa que era bomba de chocolate - o famoso profiterole). O atendimento foi bastante bom, de uma moça vestida de Baiana.
Aqui se descortina outra tendência de Salvador: as pessoas dizem que preferem que você pague em dinheiro, pois assim ganham comissão, ou algo assim. O que está ok, bom pra elas, mas não acho que o hotel tenha que só dar comissão pra funcionário se você pagar em dinheiro, e hóspedes não precisam saber destes detalhes. Enfim.
Quarto 215
Sacada do quarto com vista
O quarto do Othon é bem grande, não tem antessala, mas tem uma mesinha e duas cadeiras bem confortáveis, boas pra botar na sacada e olhar o mar.
Aliás, aqui está um diferencial: pelo que podemos entender da planta do hotel, todos os quartos têm vista para o mar (o hotel é na beira do mar, sobre um morro). Ficamos em um quarto na ponta, segundo andar, bem em cima do mar e das pedras. O barulho do mar era bastante alto às vezes (e sempre me parecia que estava acontecendo um temporal lá fora, por causa disso - o que não era muito estimulante da vontade de sair à noite).
Ainda sobre o quarto, ele não era assim o que eu esperava em se falando Othon Palace. Achei que fosse um tanto mais, digamos, requintado, ele é um quarto de hotel de praia, com coisas em vime. O que não é ruim, só diferente do que imaginei. A cama era enorme, deve ser king size (a minha é queen size e a do hotel era maior). No nosso quarto havia também banheira, que utilizei um dia e achei bastante boa. Uma parte menos positiva era a porta da sacada, que era bem difícil de abrir e fechar porque estava inchada.
Piscina adulta (a parte divida mais à esquerda é a parte funda)
A piscina adulta do hotel é bem grande, porém só tem duas profundidades bem contrastantes: 1m e 2.1m. Ou seja, se você não nada bem, tem que ficar na parte rasa (que é a mais extensa), só que 1 metro é um tanto sem graça se vc quiser treinar sua natação, dava lá abaixo da cintura (depois fiquei numa pousada cuja água da piscina dava nos ombros, é outra coisa). Mas é agradável para ficar e dá pra nadar sim (só não pode mergulhar). Pra chegar na área da piscina é um pouco trabalhoso, você tem que descer três lances de escada na rua. Um ponto negativo é que só fica aberta até 20h.
O café da manhã é bem variado, com boas comidas, algumas opções regionais e outras para turista. Recomendo o bolo de tapioca (não sei o nome, estou inventando, mas era com farinha de tapioca mais grossinha), que eu sempre pegava. O restaurante (o mesmo que serve almoço e jantar para quem se dispuser a pagar) tem uma vista sensacional.
Vista do principal restaurante
Academia (tem outra sala com bola de pilates e colchonetes)
A academia é bem fraca, tem uns 4 aparelhos de aeróbicos e quase nada pra musculação (há um daqueles aparelhos multifuncionais que dá até medo de mexer). Em um dia havia uns halteres, de pesos baixos (até 10, provavelmente), no outro dia que fui não consegui mais achá-los. Tem também alguns colchonetes e uma bola daquelas grandes de pilates.
Na porta do hotel tem sempre táxi de uma cooperativa (que parece ser mais caro que os comuns). Descendo a rampa até a calçada há um ponto de táxis comuns. Atravessando a rua tem parada de ônibus para ir para a Barra e centro. O prédio vizinho é um flat residence, com várias lojinhas no térreo, incluindo um restaurante a quilo com comida decente e preço bem bom (não achamos nada mais pra comer nas quadras por perto). Há a praia de Ondina ali ao lado, porém levando em consideração as outras praias da cidade, esta não é muito bonita nem tão boa para banho, tanto que estava bem esvaziada quando fomos, com aparentemente nenhum turista (e uns dias depois alguém morreu afogado por ali, então não é das mais tranquilas) - mas se tivesse uma praia igual no Rio Grande do Sul as pessoas se estapeavam por um espaço na areia.
Foi agradável a estadia lá. O wifi era bom, inclusive, mas as coisas do frigobar eram bastante caras (R$ 5,00 uma água de 300 ml). A TV era aquelas antigas, mas tinha canais a cabo. E tenho que dizer que a descarga do vaso sanitário era uma dificuldade pra levar embora as coisas. Mas ó, tinha essa vista linda da piscina no por do sol:
Fui
pra Salvador de avião, a partir de Porto Alegre. Voei pela GOl, foi
tudo certo, com escala em Brasília, chegamos inclusive antes do
programado, um pouco mais de seis horas de viagem.
Existem algumas formas de sair do Aeroporto e chegar em Salvador. Primeiro a saber: o Aeroporto é em uma cidade vizinha, Lauro de Freitas, bem longe da região central de Salvador. Bem longe quer dizer em torno de uma hora e meia até o Pelourinho, por exemplo.
Você pode ir de táxi, acertando o valor antecipadamente, ou indo pelo taxímetro. Não sei quanto dá, mas não é pouco, não (em torno de R$ 120,00 até Ondina, se pagar antecipado, nesta época que eu fui).
Você pode ir de Uber. Existe Uber em Salvador, mas é aquela coisa, um risco de arrumar confusão com taxista, muitos motoristas não vão até lá, você tem que marcar fora da área do aeroporto.
Existem motoristas particulares pelo saguão e em toda parte, te oferecendo transporte, também. Aqui um aviso: há pessoas te atacando pra vender transporte desde que você sair do embarque. Por todo lado. Sempre. Muitas camadas de pessoas, por toda a rua, inclusive.
Fomos de ônibus. Havia lido em um blog sobre os tipos de ônibus: tem o executivo, que é um preço bom, porém meio alto pra mais de uma pessoa (creio que estava 33 reais para cada um, preço que você consegue com os motoristas particulares e provavelmente com o Uber, se dividido entre 2 ou 3 pessoas), mas tem as vantagens de ônibus desse tipo e vai parando nos hotéis do caminho.
Linha 1001 em foto de 2011 de Rodrigo Chiclete
Nós fomos de ônibus de linha. Tem algumas linhas que saem de lá, do terminal que fica atrás do estacionamento (saindo do saguão, o estacionamento é o prédio em frente, você pode contornar pela esquerda - tem um estabelecimento na extrema esquerda, chamado Praça do Acarajé - ou atravessar por dentro).
A passagem estava R$ 3,30, uma maravilha. Para nós, que ficamos em Ondina, descobrimos duas linhas: a 1003 (Aeroporto - Lapa) e a 1001 (Aeroporto- Praça da Sé); este último vai até o centrão, deixa perto do Pelourinho, passando pela Barra e é um ônibus muito útil para todos os trajetos, se você tiver nessa região turística, entre praias e centro.
Aqui completo o aviso: Até chegarmos no terminal de ônibus, e inclusive já no terminal, fomos abordados muitas vezes por pessoas querendo vender transporte. Algumas abordagens são mais agressivas que outras - teve um que veio nos dizer que ônibus de linha só sai de duas em duas horas, que a gente ia esperar muito tempo na parada - o que NÃO é verdade, passam com bastante frequência, provavelmente a cada 20 minutos sai um daqueles dois que podíamos pegar. Este rapaz também dava um cartão se dizendo Uber - o que não sabemos se é verdade, mas se você quiser Uber, pegue pelo aplicativo, não qualquer um que diga que é (aliás, houve outro momento uns dias depois com pessoas querendo se passar por Uber, deve ser tendência).
Então fomos por dentro do estacionamento e chegamos no terminal. Não é nada turístico, é um terminal normal de ônibus, onde pessoas do local pegam condução. Havia só nós e um rapaz que dava pra ver que também era turista, e umas 50 pessoas nativas, esperando seu ônibus. O ônibus para em frente ao local onde tem bancos pra sentar - mesmo que ele esteja do outro lado da rua parado, só é pra embarcar quando ele parar no terminal. É o fim da linha das duas linhas já citadas, os carros ficam lá, esperando a hora de sair. (Uma observação: na placa que há no terminal, não existe o nome do 1001, apenas do 1003, mas há um outro código para este ônibus: S002, que parece ser um nome antigo).
Linha 1003 em foto de 2011 de Rodrigo Chiclete
Pegamos a linha 1003 - este não é um ônibus que costuma pegar turista. Não é mesmo. Os carros da linha 1001 são mais bonitos, confortáveis e o ônibus é adesivado de vermelho, inclusive, dizem, com lugar pra botar malas dentro. A linha 1003 é de ônibus velho (bem velho era o nosso), e não tem nenhum tipo de conforto. Não sabíamos disso, mas foi bom ter ido também nele, pra ver como a cidade trata os cidadãos e os turistas de modo diferente (isso, claro, é uma observação superficial).
(Quando estava em Salvador não estava com o propósito de criar este blog, então não tenho fotos destes detalhes da chegada).
Então, um ônibus velho, só com moradores locais, que nos olhavam um tanto estranho às vezes. No trajeto, entraram muitos ambulantes, a maioria vendendo picolés (com destaque de marketing para o fato de os picolés serem embalados, o que deve ser uma preocupação lá).
Assim fomos do aeroporto para Ondina. Levamos pouco mais de uma hora, fazendo o mesmo trajeto que o 1001 faz até ali, provavelmente o mesmo trajeto que um táxi faria - passa pelas praias do norte e vai costeando até a barra, depois sobe até a Lapa (descemos, portanto, antes de ele subir) - há outro trajeto, mais rápido, por dentro, que talvez um taxista não faria.
Aconselho estar com o aplicativo Moove-it no celular (muito útil para todas as vezes que precisar descobrir que ônibus pegar) e ir acompanhando durante o trajeto, para ver onde vai descer (não usar celular ostensivamente dentro dos ônibus é um bom conselho se você está com malas e parece turista, nos disseram).
Há uma linha nova agora, de ônibus executivos mais baratos. Estes não conheço. Veja a notícia aqui, tem uma linha Aeroporto - Centro-histórico.
Fonte das fotos: http://rodrigochiclete.blogspot.com.br